Repensando

Repensar a vida, repensar a fé, repensar as convicções.

Escrevo por prazer e escrevo sem pretensão alguma. Sou como uma andarilha entre as palavras, entre as idéias, entre as emoções. Um dia talvez eu tenha muitas certezas para defende-las, hoje porém só quero seguir escrevendo.

- Hoje, HOJE, coisas terríveis estão acontecendo, o terremoto no Haiti, mortos e mais mortos, as grandes chuvas no Sul do Brasil também fazem seus estragos, o caso Alanis ( criança de 4 anos sequestrada, estuprada e morta) acontecido no bairro onde moro trás revolta, medo e angustia. -

Daí, minha preocupação tem sido viver o Evangelho no dia a dia. E quanta decepção comigo no dia a dia, não tenho sucesso sempre, talvez eu o tenha raramente, raramente mesmo. Perco a paciência com mais facilidade do que gostaria, não consigo ter senso de piedade, mas de olho por olho e dente por dente para com esse homem que fez o que fez com a garotinha de 4 anos, porque fico imaginando a dor e o pavor dessa criança. E tantos outros fatos corriqueiros onde busco a bondade em mim e não encontro se não for algo conscientemente trabalhado como um exercício, muitas vezes ( a maioria ) a bondade não flui automaticamente, mas percebo antecipadamente (algumas vezes) o que devo de verdade fazer e daí faço. É fácil dizer que dos pecadores sou o pior, difícil é se expor como tal, tanto que não farei isso aqui, por isso sou grata por Deus sondar os corações, motivos, intenções, pensamentos. Minhas ambivalências, minhas sombras, meus anseios, meus devaneios, minhas intenções estão e são claras diante dEle e isso trás paz, gera paz em mim. É que sei que os que os homens não pode perdoar Deus pode, o que a mente humana não pode compreender Deus pode.

- Fico triste sim, pelos mortos de uma tragédia e pelas famílias sobreviventes, mas minha tristeza não ajuda em nada ninguém, então oro, crendo que algo acontece no sobrenatural  em favor deles. -

E como faço pra viver no dia a dia, na prática o que muitas vezes quero e critico em outros?

Jesus deixou uma nova perspectiva para nossa vida, para o mundo que vivemos. Não seguir o modelo de Jesus é resultado da grande maioria das catástrofes que contemplamos hoje ao nosso redor, algumas citadas aqui, milhares vemos e ouvimos por todos os lados. Minha preocupação é exatamente de viver essa nova perspectiva. E confesso, quero isso por estar convencida de que é a melhor saída pra mim e para os outros, por crer que é o meio real de viver o que digo crer. O que tenho percebido é que essa minha busca me faz voltar quanto mais me faz avançar, é um recuperar contínuo, o Rev. Caio Fábio chama isso de uma queda pra cima.

O que quero dizer agora é que diante de tudo o que me acontece posso não ter as atitudes e sentimento certos, mas minha ansiedade e procura é me corrigir sempre e sempre que não consigo percebo claramente a minha vocação em não ser o bem, nem a bondade. Tenho um modelo, Jesus, tenho em mim o contra – senso a este modelo, porém em mim nada mais é tão digno de atenção quanto  os ensinamentos que geram vida. Em outro texto aqui mencionei a religião como o ópio do povo, mais uma vez falo que não é disso que preciso, um lugar que fale de muitas coisas legais, cânticos legais, gente legal, mas que não gera vida, um lugar que se tornou essa máquina que ilude e que naquele momento anestesia a dor, os problemas, mas no dia seguinte tudo continua lá, porque nada gerou vida, não foi reconhecido que é preciso perdoar, ou preciso confiar andando por fé e encharcado de paz, não gerou vida, as lágrimas não regaram uma mudança de atitude, só anestesiou, entorpeceu, mascarou a dor, o problema, continua com uma atitude errada diante do que precisa mudar. Ter esse entendimento não significa dizer que tenho as melhores atitudes. Dos pecadores sou o primeiro. Falar assim dá até uma dor, arrependimento, vergonha, mas isso é um fato. Graças a Deus pela Graça que me alcançou!