Navegar é preciso, pois tudo o que desejamos descobrir a respeito de nós mesmos, sobre o que nos envolve e nos cerca virá a tona quando tivermos chorado um bocado, amado um bocado, nos desafiado bastante, quando tentarmos tocar o intocável, quando decidirmos quebrar algumas regras, quando algumas vezes sentirmos arrependimento no fundo da alma, quando experimentarmos algo que nos fará mal profundamente, quando as nossas boas intenções não valerem de nada, quando nos sentirmos traídos, quando experimentarmos um amor verdadeiro e sincero, quando aprendermos que não somos bons o suficiente, quando estivermos na crista da onda nos sentirmos heróis, quando encararmos o espelho e enxergamos nossas ambiguidades, nossas sombras e quando conseguirmos conviver conosco em paz. Há muito mais entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia já dizia Shakespeare retratando a tragédia da dúvida, do desespero do solitário príncipe, da violência do mundo, não há nada novo debaixo do sol, pois nossos conflitos interiores já foram retratados por inúmeros pensadores, nos resta seguir em aceitação porém não com conformidade pois uma das belezas dessa vida é poder refazer caminhos, se reinventar, renascer das tragédias.
É bom viver em paz consigo mesmo antes de viver esta paz com o resto do mundo. Tudo começa em nós, o bem e o mal tem o peso que damos, tem a importância de delegamos. Navegue sem temores de naufragar, nessa viagem tudo é possível e pouca coisa está sob nosso controle mas mesmo o que está em nossas mãos, sob nossa responsabilidade fazemos o mal desejando o bem e o contrário também é verdadeiro, não perca tempo em lamentações vazias e sem propósitos, não se detenha na culpa que machuca a alma e te impede de dar passos maiores, siga navegando, a vida é um dom gratuito, presente de Deus pra você.
