Quando o passado chegar

Eu tenho pensado que daqui alguns anos quando o passado, as lembranças me visitarem eu quero poder enxergar que eu mudei de caminho algumas vezes, que tive alguns encontros comigo mesma e que foi necessário mudar alguns conceitos e seguir com um caminhar mais firme. Com as lembranças de hoje sinto muita nostalgia porém com algumas delas sinto vergonha e penso até onde pude ir na busca de satisfazer os desejos do meu coração ou da minha alma e perceber com algum tempo depois o quanto o coração é enganoso. Quando eu tiver o dobro da idade que tenho hoje quero recordar essas mudanças e mais uma vez perceber que TUDO COOPERA PARA O BEM DAQUELES QUE AMAM A DEUS. Nada realmente faria sentindo se eu não pudesse ter esse olhar sobre mim, hoje me olho e vejo claramente características que precisam ser alteradas das quais me envergonho de falar abertamente mas que delas sou consciente e contra elas luto e o mais assombroso é que elas só fazem mal a mim mesma.

Hoje não defendo mais o conceito de que vale tudo para experimentar tudo com a vantagem de afirmar que eu tenho coragem de viver a vida e dela não fugir. Que tolice! Mas hoje sei que o equilíbrio deve ser a busca, muito embora reconhecendo como limitado é um ser humano sei que ainda vou ter muito pra me arrepender, o que faz a vida ter sentido eterno, esse trilhar de aprendizado esse encontro com os mistérios do próprio ser.

Certas situações da nossa vida nos fazem refletir sobre o tudo mais que nos envolve e por fim nos leva a refletir com espiritualidade a respeito de tudo, todas aquelas questões sobre de onde vim, pra que estou aqui, pra onde vou… aos poucos a verdade vai se fazendo carne em nós. É isso que eu quero dizer quando falo sobre essas questões pessoais e particulares, não acredito no acaso e sei que tudo acontece por uma razão, muito embora quase sempre essas razões só ficam claras tempos depois.

Quando o passado chegar quero ver lições e não um baú de recordações vazias em si mesmas, mas apenas ter um olhar de gratidão, um olhar de reconhecimento, sobre os passos dados algumas vezes cegos pelos desejos almáticos outros firmes por convicções bobas, consequências inevitáveis e uma colheita de graça feita por quem não foi omissa quanto a vida e que buscou viver até encontrar o equilíbrio que só os anos trazem mediante um desejo ardente de querer superar a si mesma pra experimentar o sabor das melhores decisões.