21/06/2013

Apagada

Não dá pra fugir e nem quero fingir. A luz apagou, em volta, talvez por dentro também, só não sei dimensionar. 

19/06/2013

Dor terebrante


Dor terebrante.  Med
 1. Designação comum a certas dores que dão a impressão de que se está produzindo uma perfuração.  

É bem assim, um buraco em alguma parte da alma,  que está sendo rasgada ou será que está sendo diluída? A dor na alma, no coração, na razão, dor terebrante que nos dá a impressão que se está sendo feito um buraco, uma perfuração, um rebento, que assim seja que produza dor, mas que nasça algo bom, que faça chorar, mas que não seja em vão. 

A alma reclama e de tão solitária chantageia a mente e faz de refém os sentidos. A alma em sofrimento sequestra o ser e embora haja rejeição por parte da razão mesmo quando o coração luta em não se entregar  às reclamações dela é impossível estar completo ou completamente convencido de que tudo estará bem e estará, contudo, a dor reclama à alma. 
Há dor, há razões para vencer a dor, mas a dor estar lá. Dou ordem para que se vá e ela teima em relembrar as razões de sua existência. Ela quer reivindicar seus direitos, quer ser amparada.
Mas quanta bobagem, a razão alerta a alma para que reaja, para que se erga, para que se levante, mostra-lhe razões contrapondo as razões postas por ela.
Dores na alma são latejantes, nem sempre se explica haja vista a busca por terapia e compreensão da origem delas. Até onde vai nossa capacidade de sentir dor? Eis outra questão. Nossa alma é elástica a medida que nos dispomos a aprender com o que a vida nos trás.
Somos peregrinos com uma mochila nas costas buscando trilhar o caminho da melhor forma possível. Será inevitável passarmos por grandes lutas e provações, não estamos inume a nada, nem nossas escolhas lhe privará sempre de sofrer. Não escolhemos sofrer! 
Sofrer é uma reação não uma ação. 
Enquanto estou tentando compreender meu processo particular de dor, minhas reações diante dela, acrescento que a dor dói, machuca, no momento minha dor me humilha, mas diante do que sinto eu volto pra mim mesma e busco não me revoltar com mais ninguém além de mim mesma que sou a única capaz de mudar meu estado de dor,  falando à minha razão e que em seguida convença meu coração e que logo depois tudo fique bem. Mas não é tão matemático assim,  
Quero ser melhor e não consigo.
Estou presa a mim mesma e agora quero me soltar, quero me refazer, quero me reestruturar, faxinar o ser e mudar coisas de lugar, não quero tantas coisas e dessas tenho que me desocupar pra me ocupar com tantas outras que quero. Quero vaguear sem culpa. Não quero ser tão séria diante das infinitas responsabilidades. Quero ser mais livre para amar, só amar sem acrescentar pesos e medidas a esse amor. Cada coisa em seu lugar e seu tempo favorável. 
Saí dor, pára de me perfurar, pára de me alterar, pára de me ausentar, pára de doer, não te aguento mais.